SAIBA DIZER "NÃO". E VIVA MELHOR!

 


POR QUE É TÃO DIFÍCIL FALAR UM  “BENDITO NÃO” ?

Muitos podem ser os motivos, as justificativas, os medos!

  •  Dificuldade em assumir aquilo que pensa;
  •  Medo de defender os seus posicionamentos;
  •  O temor da incompreensão alheia;
  •  A possibilidade de ter que defender sua atitude;
  •  O pavor da rejeição;
  •  O peso de uma possível crítica;
  •  Medo de “arranhar” a própria imagem;
  •  A possibilidade de ficar sozinho;
  •  A possibilidade de não agradar aos outros ...

Tantos são os motivos que se fôssemos listá-los, não caberiam num artigo e sim num livro bem robusto! 

Pois bem,  quem prioriza sempre agradar ao próximo ou fugir habitualmente a bordo de um  discurso gentil e evasivo pode estar usando de forma recorrente, uma figura de pensamento que é intuitiva e que pode ser observada, facilmente, à luz da semântica sincrônica, ou seja, do estudo de seu significado no momento!  De forma que, em última análise, ela está “tapando o sol com uma peneira” e, mesmo que ela não queira, isto é percebido por quem a escuta, simples assim!

Desta forma, ao invés de demonstrar gentileza ou mesmo assertividade no discurso, a pessoa pode tornar evidente, pela recorrência da sua atitude, a sua fragilidade de auto estima e a dificuldade em lidar com o “dizer não”! Isto é particularmente negativo para administradores ou empreendedores.

Quem não conhece alguém assim, com estas atitudes repetitivas? 

Provavelmente todos nós já tivemos oportunidade de nos cruzar com uma pessoa que não sabe dizer não, que fica dando voltas e mais voltas, enrolando, fugindo das situações, simplesmente porque não se assume; por não conseguir dizer não!  Estes são aqueles que normalmente são chamados de “lisos” ou de “enroladores”.  E o pior é que de tanto agir assim, eles relegam os riscos e as consequências destes atos ao terreno das banalidades; deixando de perceber que, na grande maioria das vezes, os resultados serão opostos aos que eles esperam e, que ao invés de fortalecerem as suas próprias imagens, eles as destroem! Nestas circunstâncias, não percebem que prejudicam a si ou pior, que mesmo visualizando os danos decorrentes das suas atitudes, não sabem como mudar!

Você não percebe mas pode estar magoando a si mesmo, a cada vez em que concorda “falsamente” com o outro. Um comportamento destes, de “dizer sim quando quer dizer não” é, muitas vezes, uma forma de se auto proteger contra o que não queremos que nos exponha ou magoe, mas que na maioria das vezes, é necessário que seja dito; podendo ser até libertador para alguns!

Ficar “em cima do muro” não é uma posição que deva ser assumida como permanente; pode, eventualmente, ser estratégica mas de forma recorrente, é negativa pois gera desconfiança das outras partes. Afinal, ninguém consegue agradar a todo mundo o tempo todo.  Por isto os demais não podem ser agradáveis a todo momento. E isto é ponto pacífico!

Seria simples eu dizer a você: Tome coragem! Olhe nos olhos da pessoa e diga: Não gostei! Não repita isto!

Mas não é tão fácil assim. Pode ser simples, mas não é fácil! Mesmo assim, uma coisa é certa, você sentirá uma sensação de alívio e bem estar quando começar a dizer verdadeiros “nãos discricionários”, firmes, sinceros, fundamentados! Agindo assim, você criará um efeito dominó positivo sobre muitas coisas mal resolvidas, passadas ou atuais!

Por outro lado, perceba que muitas vezes, você poderá estar fazendo um bem a outra pessoa ao dizer-lhe um sonoro “não” . Entenda que um “não”, quando bem utilizado, é algo natural e saudável. Imagine quanto desgaste e estresse pode poupar tanto para você quanto para o outro, este “bendito não” ? 
Este entendimento pode inclusive auxiliar àqueles que como meta pessoal elegeram a excelência contínua, uma utópica vida “no estado da arte”; uma meta impossível! Afinal ninguém é perfeito e então, prepare-se para saber dizer sim, somente quando, efetivamente, você quiser dizer sim!

Você sabia que existem estudos que afirmam que o saber dizer não é fundamental para a saúde mental e para  o equilíbrio emocional? 

Muitos daqueles que assumem compromissos a todo momento, mesmo não sendo de sua responsabilidade, aqueles que querem estar sempre auxiliando os demais, que aceitam e “engolem” tudo, não impondo limites; podem estar retroalimentando uma baixa auto estima. Simplesmente por não valorizarem e nem priorizarem as suas próprias necessidades em função das demandas dos outros. Lembre-se de que distanciamento crítico é fundamental para marcar os limites e cabe a nós informar aos outros quando este limite for atingido!

Quem não sabe dizer não , tanto pode sofrer calado ad eternum quanto explodir em emoções sem limites, nos momentos mais impróprios. São situações capazes de gerar sentimentos e sensações como rancor, sofrimento e atitudes hostis. Evitar isto é muito simples: informar ao outro a sua discordância através do seu “bendito não”!

Pode ocorrer também a possibilidade de um sentimento de rejeição preexistente e isto se deve a um eventual medo de ser desaprovado. Muitos não suportam a ideia da rejeição social ou profissional . Por isto acabam se sujeitando e fazendo tudo o que os outros pedem ou querem que seja feito. Isto gera uma falsa impressão de que está tudo Ok, sem problemas; um estado de harmonia imaginário e frágil. Este estado, tenha certeza, é de vida efêmera pois a qualquer momento ocorrerá ou uma atitude  reativa e explosiva ou o abandono definitivo de parte da pessoa contrariada que não soube dizer não!
Ao querer sempre agradar os outros, evitando dizer “não” no momento certo, bloqueando pedidos inconvenientes, as pessoas demonstram a sua insegurança, a sua fragilidade. E pior, nem se dão conta disto!

Atenção aos principais fatores de bloqueio ao “não”:
  •  Hábito de considerar que qualquer opção é válida;
  •  Medo de perder uma oportunidade;
  •  Vício e prazer em ser prestativo;
  •  Temor do conflito;
  •  Medo de lidar com a rejeição...
Muito se pode escrever sobre este assunto de extrema importância social e profissional mas como eu disse antes,  isto é um artigo e não um livro!  

Guarde isto:
  1. Aquelas pessoas que são mais oprimidas em sua infância provavelmente terão mais dificuldade em falar “não” quando adultas. 
  2. Tanto a neurociência e a mentoria, quanto as terapias cognitivas comportamentais podem ser uma boa opção para auxiliar nestes casos.
Darvin G. Pereira
Especialista

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