Qual a origem da criatividade?
Muito se diz sobre ela estar relacionada ao lado direito do cérebro, porém, não é bem assim.

Não é de hoje que as pessoas insistem em dizer que a criatividade é resultado das reações do lado direito do cérebro. Não apenas ela, mas também a arte e a emoção. Todos já devem ter ouvido essa teoria, e muitos devem ter comprado livros e feito atividades para “desenvolver” o este lado e estimular a criatividade. Mas de onde veio essa teoria? E o mais importante, é real?
Não, ela não é real! Todos esses sentidos já citados são resultado de uma série de reações que ocorrem em vários locais do cérebro, sejam esses do lado direito ou do esquerdo. Todos esses dependem de uma estrutura, que acaba desencadeando um sistema e gera o que chamamos de criatividade.
O surgimento dessa teoria é antigo. Século 19, apenas o início da história da neurociência. É, foi realmente baseada em estudos. Não em estudos sobre ela, especificamente, mas nas conclusões tiradas sobre outros resultados. Conclusões de um povo extremamente conservador e preconceituoso, que se via no centro do universo, e que, na época, era o dono do mundo, que é o branco-europeu.
E onde entra a participação desse ideal? No ano de 1861, Paul Broca, estudioso Frances, anunciou uma grande descoberta que fez a biologia rever os conceitos da utilização do cérebro, que até então era igual para os dois lados. Sua pesquisa dizia que a fala era comandada exclusivamente pelo lado esquerdo do cérebro. Isso desencadeou uma série de novas “descobertas”, ou melhor dizendo, “suposições” de como funcionava o desconhecido órgão central do sistema nervoso.
Na época foi divulgado um boletim tabela que colocava o lado esquerdo, por ter a ação da fala, como o lado racional, o lado do consciente e da volição, o lado da masculinidade e da característica mais cobiçada pelo europeu daquele tempo, a pele branca. Ou seja, o lado esquerdo ficou com tudo aquilo que eles achavam que fosse inferior, a parte irracional, a emoção, o inconsciente, a feminilidade e é claro, a pele escura.
É claro que esse tipo de teoria veio a cair pouco tempo depois. 50 anos mais tarde o homem já conhecia mais sobre o cérebro, e já tinha tese científica que provava que as características físicas não sofriam influência de qualquer dos lados. Havia sim diferença, mas apenas na fala, que era do lado esquerdo, e na atenção, que pendia mais para o lado direito. E a criatividade então, de onde vem? Bom, vem de uma série de ações conjuntas do cérebro, espalhadas por ele que ocorrem, inclusive, por outros motivos. Não há nenhuma parte específica para a criatividade, não há uma localização exata. É gerada espontaneamente.
Mas a capacidade de ser criativo está, na verdade, relacionada à vários outros fatores, como a imaginação, que é definida como a capacidade ”de representar objetos pelo pensamento: ter uma imaginação viva”. Daí já inicia uma nova cadeia de pensamento: de onde vem a imaginação? De que parte da nossa massa cerebral? Em 1990 foi possível descobrir através de pesquisas que tinham como base a atividade cerebral em pacientes acordados. Essas foram comandadas pelo cientista inglês Stephen Kosslyn, que afirmou que a origem da imaginação era do mesmo lugar de onde vem os sentidos, o córtex pré-frontal.
Isso levou a uma linha de pensamento interessante que nos aproxima da origem da criatividade, que depende da imaginação, que já depende dos sentidos. E esses sentidos, dependem de que? Isso nós aprendemos e sabemos há muito tempo, sem que pesquisa nenhuma pudesse comprovar. Eles vem de nossas experiências diárias, da busca por novos ares, novas descobertas. De vivência mesmo, do conhecimento. Depende de interação com o mundo.
Então é isso, a criatividade não é nada mais do que a maneira como nossas vivências refletem e aguçam nossos sentidos, e como eles interferem na imaginação e nos tornam inovadores. É a prática e o tentar, a cada dia, aprendendo novas coisas.
via Engenharia do Futuro

INOVE-SE, RECRIE-SE, ...

INFORME-SE:

WatsApp  (54) 981002593

Comentários