MULTIMIDIÁTICO OU INFOMANIÁTICO ?


Não é nada fora do comum saber que o termo mais acessado na internet é facebook.

Eu, você e mais um bilhão de pessoas, frequentamos regularmente o face mas eu me impus limites com este hábito. Chegou um momento em que consegui dar uma parada e observar o face como cenário. O que vi me surpreendeu !

Você que adora o face , procure não me levar a mal mas faça o exercício de “sair para fora da caixinha” a fim de observar com atenção o cenário no qual você se insere quando está no face.

Muitas vezes ele parece amigável, divertido e inofensivo, mas veja bem; alguma vez você já parou para pensar nos efeitos negativos que este hábito de “mergulhar” no face possa estar trazendo:

Para sua saúde;
Para sua personalidade;
Para sua produtividade;
Para sua carreira ?

Pesquisas sérias foram realizadas em nível mundial e é bom avaliarmos algumas coisas quando utilizamos o face .

Você diria que este hábito, estar constantemente ligado a rede, ao face, pode diminuir sua capacidade de raciocinar, partindo da premissa de que ele é similar ao hábito de jogar em máquinas “caça níqueis” ?

Pois é exatamente aí que está o perigo . 

Ele tem o mesmo potencial hipnótico do “caça níqueis”, ou seja, ele é imprevisível e também compensador. Este é o princípio, você nunca sabe quando algo engraçado ou interessante vai aparecer e é exatamente isto que faz com que você fique checando e voltando a checar para ver o que acontecerá no próximo momento.  

E isto se intensifica mais ainda, quando as coisas ficam um pouco aborrecidas, por exemplo, no trabalho ou no estudo . 

Pesquisas apontaram que estudantes conectados em tempo integral tem notas, em média, 20 % abaixo daqueles que não agem no modo full time on web .  
As mesmas pesquisas dizem que ser multimidiático não é uma vantagem pois suprime a capacidade de aprender em profundidade, ou seja, faz com que o aprendizado se dê em níveis mais superficiais e sem efeito residual. Por outro lado, o Q.I. dos que vivem no modo full time on web, atuando de maneira multimidiática, cai em média 10 pontos ! 

Também é comprovado que estudantes que “navegam” em aula e profissionais que o fazem durante reuniões de trabalho, lembram-se menos dos temas abordados, do que aqueles que mantém seus tablets e smartphones desligados nestas ocasiões.

Está comprovado que o hábito de estar, intensa e regularmente, no face é capaz de criar “obsessão por si mesmo”, fomentando comportamentos narcisistas.

Certamente você já leu algo como:

“Minha vida é espetacular, curto cada momento!”;
“Me sinto mal, pra baixo, preciso de apoio.” .
    
Ver tantas postagens com assuntos e imagens que vão de um extremo ao outro, pode gerar, em algumas pessoas, percepções distorcidas da realidade:

“Todo mundo é lindo, feliz e cheio de amigos, o que eu tenho   de errado que não sou assim ?”;

Isto ocorre quando o indivíduo compara a si mesmo, com o amigo que postou uma mensagem com uma foto onde ele se encontra num hotel espetacular, numa praia paradisíaca !

Muito provavelmente não exista nada de errado com o indivíduo que se questionou.

Por isto, repito, é muito importante o exercício de “sair para fora da caixinha” e olhar ao seu redor pois o ambiente virtual é ambíguo, já que permite que as pessoas desenvolvam e pratiquem habilidades de criarem as identidades e os cenários que melhor lhes aprouver.

O jornal de pesquisas da Universidade de Stanford, publicou um artigo científico com o título: “A miséria é muito mais abrangente do que você pensa, especialmente no Facebook”.

Nós demonstramos que o público comete erros sistemáticos quando observa e percebe os aspectos emocionais da vida dos outros, subestimando a extensão do quanto outras pessoas podem sofrer com experiências emocionais negativas e outras vezes, superestimando o entendimento com relação a emoções positivas.”

Bem, estes estudos foram capazes de me fazer parar de visitar o face?  Não! Mas certamente me orientaram para um uso mais consciente das ferramentas de relacionamento e informação.

      Pense nisto !

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